Equilibrando Código e Emoção: Como podemos redefinir a maneira que os Chatbots interagem nos atendimentos ao cliente

Carlos Belo
4 min readFeb 14, 2024

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Anna Yashina https://dribbble.com/chebarsu

Passei vários dias refletindo sobre como poderia abordar este artigo. Em diversos momentos, sentei no escritório da minha casa para ponderar sobre a vida, principalmente meu trabalho, e como ele poderia impactar a vida e os sonhos de muitas pessoas.

Numa conversa descontraída com uma amiga, compartilhei um pouco sobre o que tenho desenvolvido, brincando que “eu ajudo um robô a realizar ou pelo menos fazer parte da realização dos sonhos de muitas familias”. Hoje, já são 500 mil famílias impactadas, e embora minha trajetória tenha começado tardiamente, participo ativamente de parte dessas histórias.

Durante esse bate-papo, regado a um bom cafezinho, ouvi a frase:

“Você precisa ter mais emoção, Carlos, assim como seu robô.”

Achei engraçado, mas concordo plenamente com sua opinião.

Iniciei esse diálogo para introduzir a você leitor, um assunto importante: o atendimento a clientes via chatbots. Não é novidade que o atendimento tem se virtualizado devido aos avanços tecnológicos, oferecendo eficiência, rapidez e disponibilidade. Alguns usuários apreciam essas abordagens, mas é vital identificar os momentos críticos em que uma abordagem mais humana faz toda a diferença.

E compreendo bem essa situação. Muitas vezes, deparamo-nos com clientes insatisfeitos. Não é exclusivo do meu trabalho; certamente, alguém próximo a você já passou por um atendimento impessoal ou pouco humanizado. Nem sempre as experiências são positivas, resultando em interações frias, sem solução e, em última instância, apenas intensificando a frustração do cliente como resposta.

Por trás dos bots de atendimento, há uma lógica complexa, que visa sempre compreender as necessidades dos clientes, e se esta lógica não for bem construída, frustrações deste tipo continuaram sempre existindo. A palavra-chave para aprimorar essa experiência é a personalização, pois acreditamos que assim conseguiremos construir conexões emocionais mais profundas.

Mas encontrar um equilíbrio entre a lógica, eficiência tecnológica e conexão emocional tem sido o desafio. Posso até ser criticado, mas, visando a imputar um pouco de “empatia e amor” em nosso Bot, preciso reconhecer que o desafio é complexo.

Ao longo de 4 meses, venho estudando e entendendo como é a nossa interação durante os atendimentos. Não é necessário ser um especialista para perceber que essa interação é moldada pela interação entre emoção e razão. Compreender e equilibrar esses aspectos é crucial para oferecer uma experiência completa e satisfatória aos consumidores.

Durante esse tempo, compilei muita informação, mapeamos dores, ouvimos preocupações de usuários, para aplicar uma estratégia no mínimo eficiente e moldar cada atendimento. À medida que continuamos a explorar essas nuances, fica claro que a revolução digital é um caminho de mão dupla. A eficiência e acessibilidade nem sempre estão juntas, mas precisamos traçar um equilíbrio que satisfaça as necessidades de todos os envolvidos.

Nosso papel não é substituir as emoções humanas, mas, mais uma vez, buscar um equilíbrio, ser um primeiro facilitador, onde as decisões mais importantes serão guiadas inicialmente pela razão e, em segundo lugar, preenchidas com emoção.

Durante esses meses de imersão no universo dos chatbots, tornou-se evidente que estamos construindo mais do que um simples fluxo fixo de interações. Com a incessante evolução das tecnologias, nosso constante mapeamento de dores e aprendizado contínuo estão pavimentando o caminho para um atendimento mais humanizado, que pretendo em breve ir apresentando para vocês.

Nosso objetivo vai além de oferecer respostas pré-programadas. Estamos empenhados em desenvolver um sistema que compreenda as frustrações dos consumidores, capaz de discernir o momento adequado para abordar questões racionais e, igualmente importante, o momento propício para incorporar elementos emocionais na interação.

Eu visualizo um futuro em que a inteligência artificial não é apenas eficiente, mas também sensível às nuances das emoções humanas. O compromisso é claro: reconhecer o instante exato em que a transição para um atendimento humano se torna imperativa.

Antes de encerrar este artigo, deparei-me com uma reflexão sobre o título que escolhi como ponto de partida. O questionamento crucial ecoa: “Será que conseguimos, de fato, redefinir essa interatividade?” Após uma jornada intensiva pelo universo dos chatbots nos atendimentos ao cliente, minha resposta é um sim, bem convicto.

Contudo, a verdadeira redefinição está nas mãos daqueles que moldam essa tecnologia. Teremos alcançado o ápice quando os criadores demonstrarem discernimento, bom senso e um equilíbrio sublime em cada linha de código. A busca pela harmonia entre a eficiência algorítmica e a autenticidade humana é um desafio constante.

Assim, provoco você, caro leitor: Em meio a códigos e emoções, teremos, de fato, redefinido a interatividade nos atendimentos ao cliente? A resposta, acredito, está nas mãos daqueles que ousam desbravar o terreno inexplorado da tecnologia. Que cada linha de código seja uma escolha consciente em direção a uma interação mais rica e significativa, pois, afinal, a evolução tecnológica não é apenas uma jornada técnica, mas uma narrativa de transformação que impacta diretamente a vida de cada consumidor.

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Carlos Belo

Dono de um sorriso que não cabe no rosto, com gosto por criar produtos que geram inovação e impacto positivo nas pessoas!